As férias estão chegando e muitos pais pensam…o que fazer com as crianças em casa? Brinquem!!!Brincar é tudo de bom, é coisa séria! Estimule seu filho, pois as brincadeiras ensinam muito da vida. A criança que não brinca terá dificuldades no futuro.
Estudos mostram a importância da brincadeira, mas, muita gente desconhece a informação. Algumas estimulam os filhos em atividades extra – curriculares pensando em um futuro profissional, outras se acomodam com as crianças frente aos tablets e Tv´s e esquecem de estimular a brincar.
Nas brincadeiras a criança desenvolve habilidades motoras, cognitivas, exercita a criatividade, a imaginação, vivencia sentimentos: vitória, frustração, raiva, alegria, posse e perda. Se conecta a outros seres (reais ou imaginários) e com eles, divide emoções, narrativas e aventuras. A brincadeira além de prazer é o momento em que a criança se entrega ao espontâneo para fazer o seu trabalho: entender o mundo.
O espaço da brincadeira deve estimular a brincar. Se os pais ficarem bravos que a criança irá fazer bagunça, ou desarrumar a prateleira onde os brinquedos estão guardados em ordem, pode obstruir o desejo da criança brincar. A linguagem da criança é a brincadeira, precisamos dar espaço e liberdade para se entregarem ao momento e ao prazer da brincadeira.
Valorizar o lúdico na infância ajuda no desenvolvimento da criança. Brinquedo é qualquer objeto que é dado a ele uma função lúdica. O fim é brincar! Mas, cuidado! Com o consumismo atual, esses brinquedos podem levar a criança a querer sempre brinquedos e induzir ao consumismo…e brincar não significa ter brinquedos, e sim brincar, mais brincadeiras. A criança precisa de tempo para brincar, de estímulos e criatividade, desenvolvimento da inteligência e as famílias precisam oferecer as ferramentas que possibilitem às crianças criarem. Nosso desafio é perante este consumismo todo, fazer com que as crianças reaprendam a brincar. Não devemos incentivá – las a acumular brinquedos e sim deixar a criança liberar a criatividade com o que ela tiver em mãos.
E nós pais, devemos fazer parte disso, a brincadeira constrói uma parceria, estabelece vínculos emocionais, cria intimidade, importante para a autoconfiança e aceitação da criança. Devemos brincar com a criança para ela sentir que somos parceiros em tudo, sentir o valor da família, além de que o adulto também precisa de momentos lúdicos. Não devemos ensinar a brincar e sim favorecer a brincadeira.
Fases das brincadeiras:
- Até 2 anos: as crianças não tem linguagem desenvolvida, escolhem brincadeiras que reproduzem a cena familiar, por imitação elas compreendem o ambiente, as regras e os papéis de cada um.
- Dos 2 aos 10: faz de conta, começam a desenvolver a linguagem, criam cenas imaginárias e exploram as possibilidades da brincadeira.
- A partir dos 10 anos: fase dos jogos mais estruturados, se aprofundam nas relações e nas regras.
Dicas de brincadeiras:
- Crianças pequenas: blocos de montar, descoberta de sons (colheres, recipientes con grãos), escalar (pode ser o próprio corpo dos pais), escutar música, imitar os sons, cantar, dançar. Rolar. Brincar com água.
- Brincar de Casinha: elas reproduzem a realidade, e onde os pais estabelecem vínculos com as crianças. O pai pode ser filho, o filho pode ser o pai.
- Gincana: arrumar a casa pode ser divertido, faça uma gincana de quem guarda os brinquedos primeiro, ou quem separa mais objetos bagunçados por categorias.
- Cuidar do animais de estimação: colocar comida, água, escovar, limpar o cantinho do animal.
- Cozinhar: façam bolos, doces, pizza, salada de frutas. Deixe a criança ajudar o pai ou a mãe. Atentem apenas para os utensílios a serem utilizados pelas crianças que devem ser seguros.
- Construir brinquedos: estimula a criatividade, além do orgulho do fui eu quem fez. Instrumentos musicais podem ser criados, recipientes e grão diferentes podem dar chocalhos com sons diferentes. Fileira de caixa de ovos vira uma centopéia. Rolos de papel higiênico podem se transformar em diversas coisas.
- Livros: a leitura estimula a criatividade. Leia a história e peça a criança para criar um personagem. Peça para a criança ler, se não souber ler, deixe que ela crie uma história através das imagens. Crie seu próprio livro, faça um roteiro e deixe a criança desenhar, inventar a história.
- Brincadeiras ao ar livre: amarelinha, faça com giz e use pedrinhas. Volta olímpica, monte um percurso onde a criança e você façam diversas coisas, uma parte corre, depois pula com um pé só, depois carregue um boneco, crie! Monte um acampamento, na sala, no quintal, a criança irá adorar. Pipa.
- Brincadeiras dentro de casa: esconde- esconde, caça ao tesouro (espalhe pistas pela casa e deixe um prêmio como tesouro), grande desenho (cartolina e criatividade), cabaninha (lençol preso em cadeiras, sofá, vira uma cabana). Passa anel, dançar, massinha. Bambolê, estátua, mímica. Cobra cega.
- Jogos: de memória, cartas (Mico é super legal), jogos de tabuleiro (Dama é muita estratégia), video – games (só lembrem que não pode ser em excesso). Os jogos eletrônicos não são vilões, mas, devem ser impostos limites. Eles incentivam o desenvolvimento cognitivo, atenção, memória e concentração. O problema é o excesso.
Eu adoro brincar com meus filhos, estimulo bastante e também mantenho os horários para tablets e TV.
Independente da brincadeira escolhida, o momento deve ser prazeroso e com certeza não será esquecido, além de estreitar relações. Curtam!!!
Beijos e até a próxima!
Carolina Guidi